Parceria – “Mas e os gregos, podem ser brasileiros?”

Imagem de divulgação. Instagram: @antigaeconexoes.

Olá, pessoal! Espero que estejam bem!

Trazendo mais uma novidade entre as parcerias que tivemos esse ano para o nosso blog, hoje venho escrever um pouco sobre o plano de aula que confeccionei com as minhas colegas para a disciplina de Metodologia do Ensino de História, ministrada pelo Professor Wilian Carlos Cipriani Barom (ofertada pelo Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná sob código EM248). Eu, Renata Cristina e Deisire nos propomos a montar uma atividade que trouxesse, na prática, a recepção da Antiguidade. Para isso, partimos da atividade avaliativa final indicada pelo docente, que nos solicitou a elaboração de um plano de atividade ou na perspectiva de ensino colonial, ou na perspectiva histórica, e nos orientou ao longo de sua realização.

Conhecendo a obra de Lorna Hardwick, decidimos nos aventurar pelos olhares pós e decoloniais sobre o passado antigo, em especial ao tomar como base o livro organizado pela autora junto de Carol Gillespie, “Classics in Post Colonial Worlds” (Oxford, 2007). Com isso, pensamos a possibilidade de incentivar a criatividade de alunas e alunos ao convidá-las e convidá-los a produzir um teatro com fundamento em um mito grego, mas que trouxesse os problemas do contexto em que vivem desde uma mirada crítica.

Como materiais de exemplo, inspiradores, citamos a adaptação “Women of Owu“, de Femi Osofisan (2006). Uma recepção de “As Troianas“, de Eurípides, o roteiro e a encenação da peça mostram alguns caminhos de se repensar a atualidade por um prisma decolonial e pós-colonial – ao passo de que tece reflexões interessantes sobre o imperialismo sobre a Nigéria, no passado e no presente.

O plano de atividade, que mobiliza, a princípio, 3 aulas, está disponível para leitura e download nesse post.

Além disso, também aproveitamos o espaço para divulgar o trabalho da Professora Doutura Renata Cazarini (UFF) em seu blog Palco Clássico. Com textos super interessantes, a professora nos traz análises excelentes sobre adaptações teatrais de textos antigos no Brasil, com enfoque maior no eixo Rio-São Paulo. Para quem tiver interesse pelo tema, vale muito a pena conhecer e ler suas postagens!

O link para acessar a página principal do blog é: http://palcoclassico.blogspot.com/

Esperamos que gostem da proposta, assim como compartilhem suas experiências e opiniões sobre ela!

  • Heloisa Motelewski

Link para download do arquivo: https://drive.google.com/file/d/1eH5QrA8AnnuJCyD2SxXmK5O_W4enAIXi/view?usp=share_link

Retrospectiva Antiga e Conexões 2022

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Olá, pessoal! Esperamos que este post os encontre bem!

É por ele que vamos, hoje, nos despedir do ano de 2022 e anunciar nossa ausência até o próximo ano. Para isso, gostaríamos de fazer uma breve retrospectiva de alguns momentos que marcaram esse período para o grupo e compartilhá-la com vocês. Afinal, vocês são fundamentais para que continuemos com esse ânimo em divulgar os estudos sobre Recepção e História Antiga!

Primeiro, gostaríamos de agradecer a todas e todos que se envolveram em nossa pesquisa temática, que esse ano se dedicou aos estudos sobre Recepção e Moda. Dando origem aos textos publicados aqui em nosso blog, pudemos também contar com a incrível parceria com o grupo de estudos sobre História da Moda da UFJF (@historiadamoda.ufjf), orientado pela Professora Doutora Maria Claudia Bonadio. Por fim, reunimos nossas produções escritas em um material final, uma coletânea que reuniu também imagens para podermos continuar refletindo sobre os impactos das imagens do passado na moda da atualidade!

Além disso, tivemos a alegria de receber professoras e professores em falas incríveis ao longo dos últimos semestres, as quais foram transmitidas por meio de nosso canal no Youtube! Entre nossos eventos, conseguimos a oportunidade de realizar a primeira edição do Percurso Antiga e Conexões, com o qual percorremos as ruas da cidade de Curitiba em busca dos sinais de recepção de gregos e romanos na modernidade paranaense por novas reflexões e discussões.

Por fim (e não menos importante), ficamos honrados em poder concretizar a parceria com a Professora Doutora Jane Kelly de Oliveira (UEPG), compartilhando as análises de seus estudantes acerca da “Recepção da Literatura Greco-Romana no Cinema“! Nessa mesma página de parcerias, reunimos também os materiais elaborados por alunas e alunos na disciplina de Laboratório de Ensino e Pesquisa em História Antiga II (DEHIS/UFPR), voltados para a presença de questões pompeianas e neopompeianas na atualidade.

Agradecemos a todas e todos os colegas, às professoras parceiras e a nossas e nossos leitores por este incrível ano juntos! Esperamos que possamos seguir com essa relação maravilhosa nos meses que se seguem, e que possamos compartilhar mais discussões sobre o mundo antigo e suas conexões com o presente!

Boas festas, bom descanso e até 2023!

Parceria – Recepção da Literatura Greco-Romana no Cinema – Parte II

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Olá, pessoal! Esperamos que estejam bem!

Hoje o post vai para a divulgação dos mais novos resultados da parceria entre o nosso grupo e a Professora Doutora Jane Kelly de Oliveira (UEPG)! Dando seguimento aos trabalhos cujo objetivo é analisar as repercussões de elementos literários greco-romanos no cinema, trazemos aqui mais alguns dos textos que resultaram da proposta. Abaixo, os quatro estudos redigidos pelas e pelos estudantes envolvidas e envolvidos poderão ser acessados e baixados em seus links específicos.

Aproveitamos a oportunidade para elogiar o trabalho empreendido por nossas e nossos colegas e agradecer pela oportunidade de continuarmos com essa cooperação. Parabéns e nosso muito obrigada!

Ensaios “Recepção da literatura clássica greco-romana no cinema” – Parte II

I – As Mil Faces do Herói em Percy Jackson: uma análise do herói moderno, de Gabriel Pedro Brigola. Link para acesso: https://drive.google.com/file/d/1BLEngZdPVu4dgfZkZmPIgOPc_BJkme4a/view?usp=sharing

II – Criação do Trágico em Lavoura Arcaica: uma breve comparação do romance e sua adaptação cinematográfica, de Mariana de Bona Santos. Link para acesso: https://drive.google.com/file/d/1An7pGKpk7Que399FXO4Vh5D0odYf4LN3/view?usp=sharing

III – Revisitando um Clássico Grego nos Tempos Modernos: OldBoy (2003) como releitura de Édipo Rei, de Rodrigo Paes. Link para acesso: https://drive.google.com/file/d/11Zv-Bx1jc2BAv3_5rKWqRa7eBfDL_jTp/view?usp=sharing

IV – Sappho – Summer Love: “devo seduzir e dar aos amores?”, de Felipe Kalinoski e Gisele F. Prado. Link para acesso: https://drive.google.com/file/d/1TPX-2oUbJk06LMOmftxxQA0H_lShErym/view?usp=sharing

Coletânea Antiga e Conexões – Recepção e Moda

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Olá, pessoal! Esperamos que estejam bem!

É com muita alegria que anunciamos a publicação do mais novo material Antiga e Conexões! Como encerramento das atividades desse ano, estamos divulgando a criação de nosso catálogo sobre Recepção e Moda. Ao reunir os textos publicados no blog, acrescentamos mais imagens às discussões de modo a atribuir maior visualidade à discussão proposta pelo grupo.

Esperamos que essa coletânea seja usufruída por vocês, aplicando em sala de aula, estudos ou na lista de leituras! Agradecemos imensamente o apoio de nossas e nossos leitores, bem como da professora Maria Claudia Bonadio (UFJF) – que coordena o grupo de estudos de história da moda dessa mesma instituição. Vocês foram fundamentais para a realização dos debates que deram a base dessa publicação.

Desejamos uma boa leitura, e até o próximo post!

Link para download do material: https://drive.google.com/file/d/1ugoZ49W8cntEnVr62zFVKcPTV36eX7K9/view?usp=sharing

Antiga e Conexões pelo Brasil: Apresentações Nacionais

Imagem de divulgação. Instagram: @antigaeconexões.

Olá pessoal! Esperamos que estejam bem!

Na publicação de hoje damos continuidade aos relatos sobre nossas participações em eventos. Agora com apresentações e publicações de nossos integrantes em escala nacional, compartilhamos com vocês alguns dos nossos temas de pesquisa e reforçamos nosso convite para que nos acompanhem em próximos eventos. Trazemos, aqui, breves resumos desses trabalhos, de autoria de Heloisa Motelewski e de Guilherme Bohn dos Santos.

Esperamos que apreciem as temáticas, e agradecemos por nos acompanhar!

Orientalismo à romanidade? A criação da vilania antigo-oriental na modernidade em ‘Os Últimos Dias de Pompeia’, de Ambrosio (1913) – Heloisa Motelewski

XIX ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA: usos do passado, ética e negacionismos (ANPUH/SC) – agosto 2022.

Inspirada em um dos temas levantados por minha pesquisa de Iniciação Científica, essa apresentação versou sobre a formação de imagens orientais junto ao passado romano. Mobilizando um discurso moderno cinematográfico, pensei em como o personagem Arbaces era exibido como exemplo de vilão oriental, criando um estereótipo sobre o Oriente desde características como a corrupção, a degeneração e a degradação. 

Apresentação:

Link para acessar a página do Simpósio Temático: Link da página do Simpósio Temático: https://www.encontro2022.sc.anpuh.org/atividade/view?q=YToyOntzOjY6InBhcmFtcyI7czozNjoiYToxOntzOjEyOiJJRF9BVElWSURBREUiO3M6MzoiMTczIjt9IjtzOjE6ImgiO3M6MzI6ImRlZDVhMzllNjNkZGM1NDAxYjk3OWMzNDFiYTI4NTA5Ijt9&ID_ATIVIDADE=173

A Mística Egípcia, a Natureza e o Olhar Orientalizante: a mirada contemporânea sobre o passado romano dos cultos orientais sob a produção de Ambrosio (1913) – Heloisa Motelewski

6º SIMPÓSIO ELETRÔNICO DE HISTÓRIA ORIENTAL: mesa novas mídias e oriente – outubro 2022.

Um dos outros temas que apareceram junto aos problemas levantados pela minha pesquisa de Iniciação Científica, essa comunicação (apresentada de forma totalmente escrita) buscou analisar como os ideais de Natureza são acompanhados de um misticismo qualificado como oriental no filme estudado. Assim, parti do destaque conferido ao culto ilíaco a partir de uma investigação sobre a elaboração dos aspectos visuais da produção de Ambrosio. 

Link para acessar a comunicação escrita: https://simporiente2022mesas.blogspot.com/2022/09/a-mistica-egipcia-natureza-e-o-olhar.html

Link para acessar o livro publicado: https://drive.google.com/file/d/15fhwMuEBPWd2HRLzdQC-R3xcIs142kFN/view

As muitas identidades da vida pós-clássica do mundo antigo na obra de Borges pela figura de Homero – Guilherme Bohn dos Santos

XIX ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA: usos do passado, ética e negacionismos (ANPUH/SC) – agosto 2022.

Pensando a finalização de um ano de iniciação científica, nessa apresentação busquei expor um apanhado geral das temáticas e abordagens que se desenvolveram no relativo período de trabalho.

Dessa forma, expus como o escritor argentino Jorge Luis Borges nos proporciona uma recepção do passado greco-romano que advoga por uma infinitude de interpretações ao olhar para os clássicos. Usando Homero como figura central de alguns contos, o escritor elaborou obras que importam aos próprios estudos da história antiga para pensar as transformações que a antiguidade passa até nossos dias, para isso, utilizou-se das temáticas da memória e das subjetividades. 

Link da apresentação: 

https://www.canva.com/design/DAFJsvkxZto/IZH2nnbJ3SdJFcjydO6Mlw/view?utm_content=DAFJsvkxZto&utm_campaign=designshare&utm_medium=link&utm_source=publishsharelink

Link da página do Simpósio Temático:

https://www.encontro2022.sc.anpuh.org/atividade/view?q=YToyOntzOjY6InBhcmFtcyI7czozNjoiYToxOntzOjEyOiJJRF9BVElWSURBREUiO3M6MzoiMTczIjt9IjtzOjE6ImgiO3M6MzI6ImRlZDVhMzllNjNkZGM1NDAxYjk3OWMzNDFiYTI4NTA5Ijt9&ID_ATIVIDADE=173

  • Heloisa Motelewski
  • Guilherme Bohn dos Santos

Antiga e Conexões pelo Mundo: Apresentações Internacionais

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Olá pessoal! Esperamos que estejam bem!

Estamos alegres em compartilhar com vocês as nossas experiências em eventos de abrangência nacional e internacional ao decorrer deste ano! Para isso, a nossa integrante Heloisa Motelewski e a professora orientadora do grupo Renata Senna Garraffoni farão, neste post, um breve relato sobre suas apresentações. Na próxima postagem, trazemos também breves resumos de comunicações e publicações veiculadas em meio nacional. Fiquem de olho! 

Esperamos que se interessem pelos temas e que nos acompanhem em eventos futuros!

I FÓRUM-ESTUDANTE DE ESTUDOS CLÁSSICOS E HUMANÍSTICOS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA (junho de 2022)

Com o título “Ambiguidades femininas da antiguidade à contemporaneidade: um estudo sobre a representação da mulher greco-romana em Os Últimos Dias de Pompeia, de Arturo Ambrosio (1913)”, tive a alegria que compartilhar alguns dos resultados que obtive com as primeiras pesquisas feitas junto ao Programa de Iniciação Científica da UFPR em um evento promovido de maneira híbrida pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Escolhendo como recorte temático um dos problemas levantados ao decorrer dos meus estudos – a imagem feminina grega e romana -, decidi por me concentrar na construção da personagem Nídia para indicar algumas das minhas considerações. 

Nesse sentido, procurei demonstrar como uma narrativa romântica sobre a escravizada acaba por tecer um discurso de atuação para as mulheres da época do filme. Nele, o sacrifício final, envolto por virtudes gregas da personagem, contrasta com seus sentimentos fortes e de raiva, presentes em grande parte da narrativa por seus ciúmes de Glauco e Ione. 

Para isso, fiz uma análise acerca da construção dos elementos visuais da película, recuperando fontes arqueológicas da cidade de Pompeia e pinturas pompeianistas do século XIX. Ademais, a própria narrativa de Bulwer-Lytton (1834) me auxiliou a entender melhor as questões que se ligavam à Nídia. 

Deixo aqui os slides que usei na apresentação, bem como o link de acesso à página do evento. Espero que gostem do material e que as questões levantadas encontrem pertinência entre os estudos de recepção e suas reflexões sobre o mundo antigo!

Link para a página do evento: https://forumestudante2022.wixsite.com/i-feech2022

COLÓQUIO INTERNACIONAL – POMPEYA Y HERCULANO ENTRE DOS MUNDOS. LA RECEPCIÓN DE UN MITO EN ESPAÑA Y AMÉRICA (junho de 2022, no Museu Arqueológico Nacional de Madri).

O Colóquio marcou o encerramento das atividades de pesquisa realizadas entre os anos de 2020 e 2021 no âmbito do projeto Recepción e influjo de Pompeya y Herculano en España e Iberoamérica (PGC2018-093509-B-I00 financiado por: FEDER / MICIN– AEI), coordenado pela professora Mirella Romero Recio, da Universidade Carlos III em Madri. Entre os dias 08 e 10 de junho de 2022, os e as pesquisadores/as membros do projeto se reuniram no Museu Arqueológico Nacional de Madri para apresentar os resultados das pesquisas feitas em seus países de origem e no dia 11 fomos a Colmena de Oreja, cidade natal de Ulpiano Checa, para conhecer sua obra Os últimos dias de Pompeia. 
Como todo o projeto se desenvolveu remotamente dada a pandemia de coronavírus, o evento foi uma oportunidade de reencontro e momento de compartilhar as múltiplas experiências de recepção de Pompeia tanto na Espanha como em diferentes países da América Latina. Na ocasião, apresentei o texto “Pompeya y el Vesubio en la prensa de la Belle Époque de Rio de Janeiro”, ele será publicado na coleção da L’Erma, junto com os demais trabalhos apresentados, e todas as apresentações podem ser acessadas no canal Youtube do Museu Arqueológico de Madri. Deixo aqui o link de minha exposição, a partir dele, poderão acessar as demais falas:

O projeto RIPOMPHEI se encerrou em setembro de 2022, todos os dados podem ser acessados no site: https://humanidadesdigitales.uc3m.es/s/ripomphei/page/inicio_rimpophei;

no Instagram: @ripomphei

no Twitter:https://twitter.com/ripomphei?lang=es

A novidade é que o governo espanhol aprovou sua continuidade a partir de outubro de 2022, por mais dois anos. A diferença agora é que a equipe está maior, coordenada pela professora Mirella Romero Recio (Universidade Carlos III de Madri) e Jesús Sallas (Universidade Complutense de Madri), englobando a presença grega, passando a se chamar ANTIMO. Como é recente, de momento, já tem o Instagram – @proyectoantimo – e Twitter – proyectoantimo -. Sigam pelas redes as novidades, logo haverá, também, o site. 

  • Heloisa Motelewski
  • Profa. Dra. Renata Senna Garraffoni

Carnaval, Moda e Subversão

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Olá, pessoal! Para finalizarmos os textos relativos à recepção e moda, abordaremos hoje a questão da indumentária no Carnaval brasileiro…

Nessa festividade, permanece presente a recepção greco-romana e os diálogos com a Antiguidade. Afinal, as próprias origens do carnaval têm relações com os deuses – como o deus grego da sátira, Momo (Μώμος) – e celebrações antigas – como a Saturnália romana. Os costumes festivos e “desregrados” das festas a Saturno, caracterizavam-na pelo relaxamento da ordem social, mesmo clima adotado posteriormente pela folia do calendário cristão. Não à toa, as relações com a Antiguidade aparecem nas avenidas, revisitando, discutindo e reinterpretando o passado. Na pluralidade dos carnavais, os antigos são recuperados especialmente pelas imagens mitológicas que, ao estabelecer novas conexões, desestrutura e questiona o idealismo dos “clássicos” (SETTIS, 2006). Uma das formas que ocorre a evocação ao passado no carnaval é pela indumentária – os foliões encarnam deuses, guerreiros, reis e monstros através de suas roupas!

A Saturnália romana, gravura de John Reinhard Weguelin. Fonte: Wikimedia Commons.

Na análise do antropólogo britânico Daniel Miller (2013), o vestuário desempenha papel considerável na constituição das experiências particulares dos indivíduos. Assim, há uma vasta gama de relações possíveis entre o conceito de “eu”, a pessoa, e a indumentária – ou seja, assim como as indumentárias se transformam, os indivíduos também se modificam (MILLER, 2013, p. 61). Exemplo disso é que, durante as comemorações carnavalescas, as roupas (assim como os próprios foliões) são transformadas pelo espírito festivo, adquirindo significações diversas àquelas do cotidiano.

Durante as festas carnavalescas o vestir se torna polifônico, de modo que vários corpos de significados podem coexistir num mesmo indivíduo a partir das representações, das fantasias e do subversivo que incorporam (CUNHA JUNIOR et al, 2020, p. 391-392). O ápice dessa ludicidade insurgente do carnaval brasileiro é o desfile das escolas de samba. Seus destaques de luxo – com opulência e criatividade – emitem discursos políticos, interpretações, anseios e resistências populares. A partir do samba enredo (fio condutor do desfile) é feita a criação e a execução dos figurinos, os quais têm como foco adicionar aos demais elementos informações necessárias ao bom entendimento da história ali contada (BEIRÃO FILHO, 2015, p. 48). Não obstante, há de se cumprir uma série de quesitos predefinidos visando a avaliação dos jurados e premiação que tradicionalmente ocorrem nas maiores cidades do país.

Na avenida, a sexualidade – que cotidianamente costuma ser encobertada e velada (sobretudo aos corpos femininos) – é permitida e celebrada. A indumentária, que normalmente tem como papel pragmático “cobrir” a vergonhosa nudez e demarcar posições na sociedade, durante o carnaval se transforma em uma ferramenta de teatralidade. Os corpos são transpostos para uma outra dimensão: sensorial, cênica e utópica, como explanado por Foucault. “Quando a alegoria vira para exibição, ele deixa de ser indivíduo para ser elemento alegórico, personagem, ator, intérprete” (CUNHA JUNIOR et al, 2020, p. 398).

Ao longo do espaço coletivo da avenida transitam representações heterogêneas, permitindo (a partir das expressões artísticas) a subversão das ordens delimitadas em questões históricas, políticas, sociais, religiosas, sexuais, de gênero, etc. A indumentária das fantasias carnavalescas ratifica essa insubordinação dos enredos, permite a construção e desconstrução de identidades e, extrapolando a mera função estética, chega ao papel simbólico de comunicação (BEIRÃO FILHO, 2015, p. 48).

Questionamentos sociais tais como a relação entre gênero e moda ou os debates acerca dos direitos da comunidade LGBTQIA+ já eram levantados nos carnavais do século XX, sobretudo por figuras como Clóvis Bornay (1916-2005). Bornay – famoso artista carioca – revisitou os padrões de normatividade vigentes, expôs e celebrou as multiplicidades transitando livremente entre as fronteiras do masculino e feminino. Essas transgressões permeadas pela indumentária são características carnavalescas e expõem as rupturas com inúmeros estereótipos. Gênero, raça, sexualidade, metadiscursos e práticas sociais são questionados no Carnaval e, a partir das vestimentas e expressões artísticas, são repensados pelos grupos ditos “marginais” ou “subalternos”.

Criaturas marinhas e Poseidon representados em desfile da escola Acadêmicos de Portela, na Marquês de Sapucaí (2011). Fonte: Rodrigo Gorosito/G1.

Referências:

CUNHA JUNIOR, M. R. et al. Trava na beleza: imaginários sobre destaque de luxo de escola de samba. Policromias: Revista de Estudos do Discurso, Imagem e Som, Rio de Janeiro, p. 389-419, dez. 2020.

BEIRÃO FILHO, J. A. Moda e Carnaval: uma abordagem criativa. Revista Moda Palavra e-Periódico, Florianópolis, v. 8, n. 15, p. 35-58, jan./jul. 2015.

MILLER, D. Trecos, troços e coisas: estudos antropológicos sobre a cultura material. Tradução: Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

SETTIS, S. The future of the “classical”. Cambridge: Polity Press, 2006.

  • Felipe Daniel Ruzene

Os Clássicos na Moda do Funk e do Rap – Texto 2: A Conquista da “Nike”

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Olá pessoal! Continuando sobre a recepção dos clássicos na moda do Funk e do Rap, hoje trataremos de outro caso, a Nike.

A Nike é uma marca de artigos esportivos fundada em 1972 por Bill Bowerman e Phil Knight no estado norte-americano do Oregon. É atualmente a maior fornecedora mundial de produtos do ramo, que vão desde indumentárias e acessórios para o dia-a-dia até esportes de alto nível. Quase que ao oposto da Versace, tratada no texto anterior, é destinada sobretudo ao público popular e usa muito pouco estampas em suas peças. Por outro lado, seu logo é ainda mais conhecido que a Medusa, o chamado Swoosh, apesar de não parecer, carrega junto do nome da marca uma recepção do passado clássico.

No mundo grego antigo, Nike foi a deusa que representava a “vitória”. Dentre as diferentes representações visuais da divindade, é bastante comum aparecer com um par de asas nas costas, e também carregando uma faixa, uma coroa, ou praticando o ato da libação, símbolos de prestígio pelas conquistas. A marca Nike, além de emprestar o nome de uma referência antiga, traz no seu logotipo uma estilização da asa da deusa, representando velocidade e ascensão.

Retornando ao mundo do Funk e do Rap, a Nike é uma marca usada com notável frequência pelos artistas principalmente por estar amplamente associada às culturas de “rua” e ao streetwear. Apesar de não figurar no mercado de luxo e ter maior relação com uma identidade estética, não deixa de representar as conquistas dos indivíduos através de peças como os chamados “tênis de mil”, entre eles, Air Max Plus, Air Max 97, Vapormax e Shox TL. Andar “virgulado”, ou com “a vírgula no pano”, apelido dado ao Swoosh pela semelhança com o sinal de pontuação, é sinônimo de estar bem vestido. Nas letras e títulos de músicas as citações são inúmeras, “Nikeboyzsport” de Yung Nobre, “Nike Bolha” de Danzo, “Máfia da Nike” de MC Davi e MC IG e “Nikes on my feet” de Mac Miller são exemplos.

Ainda, um dos mais emblemáticos usos visuais da imagem da Nike está presente no clipe da música de Rap Apeshit do casal Jay Z e Beyoncé. No vídeo, a temática propõe uma subversão dos valores elitistas da arte ocidental ao colocar os cantores e bailarinos negros em frente a obras expostas no museu do Louvre. Enquanto a canção fala sobre a ascensão dos artistas através do poder aquisitivo e as mudanças sociais que isso acarreta, o videoclipe faz o excelente papel de destacar corpos negros em contraste com espaços de identificação de uma ideologia dominante. Entretanto, o que chama atenção nesse caso, é que a Nike não aparece através das roupas, mas a deusa se materializa na estátua conhecida como Vitória de Samotrácia. Produzida em mármore entre os anos do período helenístico e descoberta somente em 1863, se encontra no topo da Escadaria Darú do Louvre. O fato de sua cabeça ainda não ter sido encontrada e assim estar exposta, ajuda no processo de desconstrução do clássico como cânone ocidental. A falta de um rosto para comparação ou “modelo” permite pensar um mundo antigo e seu usos recentes de forma multi-identitária.

Sendo assim, temos mais um exemplo bastante interessante da presença do passado clássico na nossa atualidade. Representando a vitória desde as culturas greco-romanas, o mito se transporta para a moda em uma marca extensamente difundida na cultura popular. A Nike continua protagonizando como símbolo da celebração de conquistas, dessa vez, no universo do Funk e do Rap.

Referências:

SETTIS, Salvatore. The Future of the ‘Classical’. Tradição de: Allan Cameron. Cambridge: Polity Press, 2006.

MILLER, D. Trecos, troços e coisas: estudos antropológicos sobre a cultura material. Tradução: Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

  • Guilherme Bohn dos Santos

Os Clássicos na Moda do Funk e do Rap – Texto 1: Ressignificando o Luxo de Versace

Imagem de divulgação. Instagram: @antigaeconexoes.

A Versace, marca italiana da moda de alto luxo e uma das maiores do ramo, traz em sua identidade visual um logotipo bastante conhecido, a cabeça da Medusa. O designer fundador da assinatura, Gianni Versace, teve uma infinidade de inspirações do passado clássico na construção da personalidade de sua marca principalmente pelo local onde nasceu. Reggio di Calabria, região de forte presença grega e romana na antiguidade, forneceu a Gianni diversas fontes imagéticas para que fundasse a Versace em 1978 em Milão.

Tradicionalmente no mito grego antigo, a Medusa era uma górgona, espécie de criatura de aparência grotesca e rude que transformava em pedra aqueles que a olhassem diretamente nos olhos. Com o passar do tempo, a imagem da Medusa foi se transformando de monstro em uma bela e atraente mulher. A presença de cobras no lugar dos cabelos só aparece mais tardiamente e é associada à descrição do poeta romano Ovídio. De acordo com o relato, dada a sua expressiva beleza e, por ciúmes de Atena, foi condenada a carregar serpentes no lugar das madeixas. As representações imagéticas antigas do mito foram se alterando ao longo da história apesar de continuarem sendo bastante populares. Dessa forma, a Medusa carrega consigo até hoje a ideia de uma beleza mística, que chama atenção e atrai, mas deve ser observada com cuidado.

Na Versace, desde seus primeiros desfiles até os mais atuais, é bastante comum encontrarmos a Medusa estampada nas mais variadas peças da marca. Sem cobras na cabeça mas com um rosto bastante harmonioso, se faz presente nos designs mais luxuosos, que chamam atenção pela extravagância, cores e pelas estampas nada discretas. O logotipo carrega mundo afora uma nítida recepção dos clássicos. Em contrapartida, estando atrelada ao mercado de luxo de alto valor e, destinada a um público de elevado poder aquisitivo, o uso do passado antigo, nesse caso, acaba também por reforçar o molde do clássico como sinônimo de excelência, pureza e superioridade.

Por outro lado, tais elementos podem ser totalmente adaptados e ressignificados quando absorvidos por outras culturas ou grupos de expressão artística, como é o caso do Funk e do Rap na proposta deste texto. Tanto o Funk atual, propriamente brasileiro, como o Rap nacional e internacional, têm sua origem na música negra americana de meados do século XX. Por se tratar de um gênero nascido e desenvolvido por grupos afro-descentes e de posições mais desfavorecidas socialmente, os artistas retratam com maestria as vivências dos lugares onde cresceram. É bastante comum nas letras, tanto do Funk como do Rap, estarem presentes histórias reais ou fictícias de personagens que sofreram severas opressões, sobretudo pela questão racial e econômica, e que ascenderam socialmente através da música. 

Exibir uma “vida boa” e cantar bens conquistados através do esforço de seu trabalho é um plano extremamente comum nestes gêneros. Casa, carro, jóias e roupas figuram entre os principais. A frase que figura como símbolo desse tema é “a favela venceu”. Entretanto, nesse quesito, é de extrema importância pensar que, a cultura material, para além de uma visão simplista, constitui também o sujeito e o coletivo em suas realidades. Ou seja, a “ostentação” do Funk não é superficial, mas remete a toda a trajetória e experiências de vida dos artistas. 

Hoje é mais comentado

Pilotando um importado

Degustando um destilado

Na certa, é favela

Afirmou que tô mudado

Elegante enjoado

Mais pra frente, mais ousado

Na chave de quebra

Trecho de “Pois é” de Oldilla com participação de MC Kadu, MC Paiva, MC Lemos, MC GP e MC Dena. 

Nessa visão, a moda é objeto fundamental de tal lógica. Retomando a Versace, marca extensivamente usada por cantores do Rap e do Funk e que se tornou tema de títulos e letras como em “Colar da Versace” de Mc Hariel e Andressinha ou “Versace” do trio americano de rap Migos (entre outros tantos exemplos), é um símbolo da conquista de um elevado padrão de vida. Entre as indumentárias de destaque da marca está o tênis Chain Reaction, desenvolvido pelo designer norte-americano Salehe Bembury e acompanhado pelo rapper 2 Chainz em sua campanha. No modelo, são expostos elementos de inspiração claramente antiga, como chaves gregas e um solado que parece remeter ao branco dos idealizados mármores greco-romanos, mas que materializa o formato das famosas correntes “cubanas” usadas por rappers e MCs do funk. No Brasil, o cantor MC Davi, um dos mais destacados da cena, traz em seu guarda roupa 9 pares de diferentes cores e estampas da silhueta do Chain Reaction. 

Pensando propriamente a recepção dos clássicos, o uso de marcas como a Versace por artistas de origem humilde nos propõe uma nítida subversão de um discurso de ordem e excelência. Se elementos da antiguidade clássica foram e ainda são matéria de legitimação de relações de poder, quando transportados para outros contextos culturais, são capazes de alterar um modelo hegemônico e atribuir novos significados a estes mesmos itens. O ideal construído de pureza grega agora toca o chão das favelas e ghettos. 

Rapper 2 Chainz usando Versace – Fonte da Imagem: Site oficial da Versace.

Referências:

SETTIS, Salvatore. The Future of the ‘Classical’. Tradição de: Allan Cameron. Cambridge: Polity Press, 2006.

MILLER, D. Trecos, troços e coisas: estudos antropológicos sobre a cultura material. Tradução: Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

  • Guilherme Bohn dos Santos

The New Goddesses: Performances Mitológicas à Moda Drag Queen

Imagem de divulgação. Instagram: @antigaeconexoes.

Olá! Esperamos que esteja bem!

No texto de hoje daremos continuidade à questão das relações criadas entre a roupa e a performatividade, já trabalhada em outras publicações. Como já apresentado, sustentamos que há um rompimento quanto à noção de que as roupas são meramente superficiais, não detendo significados mais profusos sobre as individualidades. Pelo contrário, concebemos, seguindo a leitura de Miller (2013), como a vestimenta é um potencial mecanismo de exteriorização de partes de si em movimentos performativos instantâneos. Nessa linha, tomamos como ideia de performance a traçada por Zumthor (2007), ao se reconhecer a momentaneidade de suas manifestações, variantes em seus aspectos históricos, sociais e subjetivos, e submetidas aos processos criativos e comunicacionais de seus agentes. 

Por conseguinte, apreendemos como o ator performático extrapola os limiares da indumentária para se conectar com a totalidade corporal ao associar o interior com o exterior a partir de inscrições corporais delimitadas pela atuação social, como teoriza Butler (2003). Por essa mesma autora, notamos como as ideologias criadas em sociedade acerca das atuações pessoais, especificamente orientadas segundo concepções de gênero, acabam por passar às corporeidades em significações próprias em jogos com “ausências significantes” (BUTLER, 2003, p. 194) na construção de identidades. Em decorrência, os conceitos generificados, ilusórios por sua caracterização social imanente, acabam por se contrapor a atuações consideradas transgressoras, tais como a ação Drag. Por esse modo, tomamos como o objeto de análise desse texto as formas de evocação da Antiguidade por essas performatividades subversivas e jocosas sobre os padrões comportamentais, contrapondo sexo, gênero e performance, tal qual expõe a autora. 

De modo a fazer esse breve estudo, tomamos como documento a promoção da quinta temporada do reality show RuPaul Drag Race, um concurso norte-americano ao qual drag queens competem pelo título de Drag Queen Superstar. Nesse vídeo, visualizamos como o mundo antigo é encarnado em uma ruptura em relação aos ideais de gênero, recuperado especialmente por imagens mitológicas e destacando-se na expressão visual pela indumentária. Desse modo, averiguamos uma dissensão nas noções tradicionais do “Clássico”, uma definição repensada e rearticulada desde a diversidade inerente ao mundo antigo e às suas recepções, conforme retrata Settis (2006). Em concordância com esse modelo de apropriação não homogeneizante do passado, a montagem audiovisual traz alguns elementos inerentes ao passado de povos egípcios, indianos e até mesmo “espaciais”. Desestrutura, zomba e ironiza os ideais de gênero e de um passado greco-romano “clássico”. 

Para além disso, mencionamos essa fonte como sendo um exemplar das construções de novos significantes linguísticos acerca do mundo antigo, em especial a partir de recepções pós-modernas sobre o passado, em consonância com o examinado por Settis (2006). Afinal, o trailer respalda-se sobre evocações fragmentárias do passado e banaliza suas noções “tradicionais” ao aliá-lo a temas cotidianos, como a discoteca e as sungas douradas. Entretanto, ao mesmo tempo, ligam-se às retomadas modernas da Antiguidade, reconhecendo de forma consciente as posições dos componentes greco-romanos, egípcios e de demais povos antigos usados em sua criação – nomeadamente no vínculo entre seus conhecimentos sobre representações visuais de deusas mitológicas manifestadas em suas formas de vestir, com os fatores tomados como disruptivos na sociedade contemporânea. 

Tendo essas considerações em perspectiva, podemos concluir, enfim, como o mundo Drag Queen tem grande espaço no trato performativo crítico do mundo antigo, especialmente em imagens que refletem a variabilidade de situações nele encontradas. Ao revestir-se de elementos pós-modernos, transpondo aspectos do passado em fragmentos e vulgarizados, constituem, afinal, movimentos conscientes em seus discursos atuais, que, críticos às postulações sociais de gênero, encontram nas vestimentas uma forma máxima de expressão. 

Trailer de promoção. RuPaul’s Drag Race. 5a temporada.

Referências:

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de: Renato Aguire. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. 

MILLER, Daniel. Por que a indumentária não é algo superficial. In: _____. Trecos, troços e coisas: estudos antropológicos sobre a cultura material. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. p. 21-65.

SETTIS, Salvatore. The Future of the ‘Classical’. Tradução de: Allan Cameron. Cambridge: Polity Press, 2006.

ZUMTHOR, Paul. Performance e Recepção. In: ______. Performance, recepção, leitura. Tradução de: Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. São Paulo: Cosac Naify, 2007. p. 45-60.

  • Heloisa Motelewski