
Olá!
Espero que estejam bem!
Este post é para divulgar os trabalhos da disciplina de Laboratório que ministrei no segundo semestre de 2022. Como poderão ler na ementa logo a seguir, o objetivo central da disciplina foi trazer à tona os debates em torno do humor romano e sua recepção em nossa cultura. Optei por trabalhar o humor romano com os e as estudantes por ser uma faceta da cultura romana menos explorada nas escolas e, como o Laboratório tem como função primordial reflexões sobre a prática em sala de aula, pensar meios de trazer outras perspectivas sobre o cotidiano antigo me pareceu uma proposta adequada para refletir sobre diversidade cultural e crítica social.
A disciplina foi divida em alguns módulos temáticos que abarcaram os seguintes pontos: discussões teórica-metodológicas sobre como estudar o humor romano; os debates historiográficos sobre o tema; a documentação material, no caso, explorei com a turma as caricaturas em grafites parietais de Pompeia e seu potencial para expressar o humor popular; o Satyricon de Petrônio como exemplo de como o humor se constrói e circula entre membros da elite e, também, sua recepção no cinema, pelas mãos de Federico Fellini e no cotidiano brasileiro pela tradução ímpar feita por Paulo Leminski no final da década de 1970; além, claro, de como trabalhar história antiga e sua recepção em sala de aula.
Como podem perceber, o tema do humor, além de ser menos conhecido, abre o debate sobre o mundo antigo, pois nele está implícita a crítica dos costumes, o que pluraliza a visão sobre os romanos e romanas. Dada a sua particularidade, sua recepção pode ser pensada em meios outros que não só o branco, masculino, heteronormativo, como também na resistência aos fascismos cotidianos, na proposta de Fellini, ou na busca de liberdade e do pensamento não elitista, conectado mais à esquerda, como propôs Leminski.
A experiência se mostrou bastante frutífera, gerando quatro grupos que buscaram refletir sobre questões teóricas, mas também disponibilizar materiais que inspirem colegas a proporem atividades interdisciplinares, com uso de tecnologia e debates de temas fundamentais para o desenvolvimento da cidadania entre os estudantes. Os trabalhos são inéditos e inovadores, gostaríamos de deixar à disposição de todos, todas e todes que acreditam em um ensino crítico do passado para construir presentes mais plurais.
Espero que gostem, usem, divulguem nosso trabalho e, claro, nos digam o que acharam!
Até mais!
- Renata Senna Garraffoni
Para saber a estrutura da disciplina e seus módulos, clique aqui.
Para conhecer os trabalhos e os materiais desenvolvidos para uso em sala de aula, clique nos links na sequência:
GRUPO 01
Estudantes: Camila Emi Iwahata; Isabela de Oliveira Fedorovicz; Maria Eduarda Siqueira Leite
Tema: Agência das mulheres no Satyricon de Petrônio. A partir de três personagens da obra, Quartilla, Fortunata e a Dama de Éfeso, as estudantes exploram como as mulheres reagem à situação de violência e tomam suas próprias decisões. A aposta é que esse tipo de material provoque uma discussão mais ampla sobre as mulheres na sociedade romana e sua capacidade de ação, destacando seu protagonismo e questionando visões de história nas quais somente os homens são protagonistas. Foi feito no Instagram com o intuito deixar à disposição do público, nas redes sociais, conteúdos críticos sobre o passado romano.
Link para acesso ao trabalho teórico: https://drive.google.com/file/d/1cZiaIFsxn0Ps6Lkbd2IxCNb2PQeP0vjq/view?usp=share_link
Suporte do material:
GRUPO 02
Estudantes: Alice Tigrinho, Mariana Secco, Sabrina Barbalho, Sophia Liberato
Tema: A partir das leituras e discussões sobre a diversidade de mulheres no filme Satyricon de Fellini, as estudantes optaram por fazer um trabalho que deixasse em evidência o protagonismo feminino na Antiguidade e sua recepção no cinema. Para isso escolheram dois filmes menos usuais para o trabalho em sala de aula: o filme brasileiro Cleópatra, de Júlio Bressane e o filme Medeia, de Pasolini. Ambos estão fora do circuito hollywoodiano, de fácil acesso e permitem múltiplas interações sobre as ações das mulheres no passado e suas releituras no presente.
Link para acesso ao trabalho teórico: https://drive.google.com/file/d/1_5VtFQHjgTSG2TF9UomXQpPDicY5y_q0/view?usp=share_link
Suporte do material:
Link para download do material: https://drive.google.com/file/d/1UptQWUbQYaGTCwPbAWSJdNTHNL6JxnaH/view?usp=share_link
GRUPO 3
Estudantes: Giulliano Biancchi Araujo, Lucas de Oliveira Gonzaga Teixeira, Rafael Brunatto Ferraz.
Tema: jogo on-line construído a partir da perspectiva de um liberto pobre. Considerando as discussões sobre humor e pobreza no Satyricon de Petrônio, os estudantes, fazendo uso da ferramenta RPG maker, disponível gratuitamente na internet, idealizaram um jogo em que o protagonista não é um guerreiro conquistador, mas um jovem recém liberto e suas aventuras por uma cidade romana. Os objetivos centrais do trabalho, que resultaram no jogo, foram dois: 1. Trazer a visão da história social de Roma, tendo como protagonista um subalterno e questionar a hipermasculinidade presente nos games em geral; 2. Envolver estudantes e docentes na construção de jogos que possam desenvolver habilidades como a parceria na construção da narrativa em grupo, a pesquisa, a visão crítica sobre o passado e, também, sobre os jogos de mercado, que são parte do cotidiano dos jovens e fontes de relação com o passado romano. Destaca-se que o jogo está em fase de construção, o apresentado nos links a seguir é um esboço da sua potencialidade.
Link para acesso ao trabalho teórico: https://drive.google.com/file/d/1bp1wJM-D2Hi8hmUjyGiwH8jpu8ru7XbL/view?usp=share_link
Suporte do material: jogo on line – em fase de construção
Link para download Mac: https://drive.google.com/file/d/1MxP7-sB4yz-ZtKtAog8gPC1_JRciFIWr/view?usp=sharing
Link para download Windows: https://drive.google.com/file/d/1zO2begZ0gyru8Fkq0DOjrO87JK_UFcxw/view?usp=sharing
Vídeo demonstrativo:
GRUPO 4
Estudantes: Giovana Carolina Heidemann Maciel e Daniela Macioszek Stier.
Tema: Tendo em vista uma discussão sobre Justiça, as estudantes propuseram um debate sobre as semelhanças e diferenças de contexto entre o crime e a noção de justiça na Roma Antiga e na contemporaneidade. Para discutir como os romanos percebiam estas noções de formas distintas, tomaram como base a Satyricon, de Petrônio, e para problematizar na cultura de massa, optaram por uma personagem bem conhecida dos e das estudantes, a Mulher Maravilha (DC Comics). O objetivo é propor reflexões sobre as diferentes perspectivas de crime e justiça, sobre a presença de herói e anti-herói, sobre crítica social e avanços nas lutas por direitos.
Link para acesso ao trabalho teórico: https://drive.google.com/file/d/1GlFeewa7Hv3c10yKYRQaZJBZTVnuLWsU/view?usp=share_link
Suporte do material:






Link para download do material: https://drive.google.com/file/d/1tUyjXmO0ilwgu7kzrvMqd1uCTzUR_emP/view?usp=share_link