Parceria – Recepção da Literatura Greco-Romana no Cinema – Parte II

Imagem de divulgação. Instagram: @antigaeconexoes.

Olá, pessoal! Esperamos que estejam bem!

Hoje o post vai para a divulgação dos mais novos resultados da parceria entre o nosso grupo e a Professora Doutora Jane Kelly de Oliveira (UEPG)! Dando seguimento aos trabalhos cujo objetivo é analisar as repercussões de elementos literários greco-romanos no cinema, trazemos aqui mais alguns dos textos que resultaram da proposta. Abaixo, os quatro estudos redigidos pelas e pelos estudantes envolvidas e envolvidos poderão ser acessados e baixados em seus links específicos.

Aproveitamos a oportunidade para elogiar o trabalho empreendido por nossas e nossos colegas e agradecer pela oportunidade de continuarmos com essa cooperação. Parabéns e nosso muito obrigada!

Ensaios “Recepção da literatura clássica greco-romana no cinema” – Parte II

I – As Mil Faces do Herói em Percy Jackson: uma análise do herói moderno, de Gabriel Pedro Brigola. Link para acesso: https://drive.google.com/file/d/1BLEngZdPVu4dgfZkZmPIgOPc_BJkme4a/view?usp=sharing

II – Criação do Trágico em Lavoura Arcaica: uma breve comparação do romance e sua adaptação cinematográfica, de Mariana de Bona Santos. Link para acesso: https://drive.google.com/file/d/1An7pGKpk7Que399FXO4Vh5D0odYf4LN3/view?usp=sharing

III – Revisitando um Clássico Grego nos Tempos Modernos: OldBoy (2003) como releitura de Édipo Rei, de Rodrigo Paes. Link para acesso: https://drive.google.com/file/d/11Zv-Bx1jc2BAv3_5rKWqRa7eBfDL_jTp/view?usp=sharing

IV – Sappho – Summer Love: “devo seduzir e dar aos amores?”, de Felipe Kalinoski e Gisele F. Prado. Link para acesso: https://drive.google.com/file/d/1TPX-2oUbJk06LMOmftxxQA0H_lShErym/view?usp=sharing

O imaginário antigo e as Ânforas Panatenaicas do Museu Arqueológico Nacional de Atenas

O post de hoje é especial para apresentar a publicação da pesquisa de doutorado da Camilla! Os usos do passado é o assunto principal, confira a seguir o resumo do trabalho. Além disso, você ainda pode baixar a tese completa em: http://www.prppg.ufpr.br/site/ppghis/egressos/

FONTE: Museu Arqueológico Nacional de Atenas, foto de Camilla Martins.
© Hellenic Ministry of Culture e Sports / Archaeological Receipts Fund.



Resumo

O objetivo principal desta tese é pensar sobre a relação entre presente e passado a partir do estudo das ânforas panatenaicas e de outras cerâmicas do universo panatenaico expostas no Museu Arqueológico Nacional de Atenas. Estudam-se quinze objetos datados entre 575 e 359 a.C. provenientes, em sua maioria, dos jogos do Festival Panateneias, evento cívico e religioso que ocorria em Atenas em homenagem à deusa Políade e em cujas competições atléticas os vencedores ganhavam ânforas contendo o azeite sagrado das oliveiras de Atena. Com essa cultura material pretende-se construir um conhecimento sobre o mundo antigo fundamentado em um imaginário social em torno da iconografia e do ideal do atleta. Além disso, tem-se por intuito outra compreensão a respeito da contemporaneidade baseada na concepção da exposição e em questões de identidade. Para tanto, adota-se uma abordagem interdisciplinar entre História, Arqueologia e Estudos Visuais, inserindo-se em um ponto de vista histórico-interpretativo de investigação dos artefatos e em uma perspectiva contextualista de interpretação da imagem.

Palavras-chave: Vasos Gregos. Festival das Panateneias. Museu Arqueológico Nacional de Atenas.

  • Camilla Miranda Martins

Entrevista com Bernardo Brandão

O entrevistado de hoje é Bernardo Brandão, professor de língua e literatura grega na Universidade Federal do Paraná.

Bernardo Brandão. (Foto: acervo pessoal)

Quando você decidiu que queria estudar o mundo antigo? Como foi esse processo?

Desde criança meus pais me falavam dos Antigos, seus mitos e filósofos. Quando era adolescente, as histórias do Asterix, os diálogos de Platão e um rápido estudo do grego me colocaram definitivamente nessa trilha e me fizeram, no vestibular, optar pelas Letras Clássicas.

Quais são os seus livros favoritos? (antigos ou contemporâneos sobre os antigos)

Entre os antigos, Homero, Heródoto, Platão (a Apologia, o Górgias o Banquete, o Fédon e a República), a Ética de Aristóteles, as Enéadas de Plotino, o Evangelho de João, as Odes de Horácio e as Confissões de Agostinho. Entre os modernos, Os Gregos e o Irracional (E. R. Dodds), O que é Filosofia Antiga (Pierre Hadot), Greek Pilgrimage (John Carroll), Os mestres da verdade na Grécia Arcaica (Marcel  Detienne).

Quais são os seus temas atuais de pesquisa? 

Acredito que os antigos tenham ainda algo a ensinar a nossa época, em especial a respeito de duas coisas: comunidade e contemplação. Quantas vezes nos vemos como indivíduos isolados, dedicados a trabalhar ou a dissipar o tempo na internet, esquecendo-nos de que somos animais políticos, que construímos a vida boa em comunidade, e que parar para admirar o mistério do mundo, ou seja, para contemplar, é tão necessário ao espírito quanto o alimento ao corpo! Por isso, esses são temas da minha pesquisa: por um lado, o estudo a noção de contemplação nos filósofos da tradição platônica (os medioplatônicos, Plotino, Agostinho) e, por outro, a recepção da Política de Aristóteles na filosofia política contemporânea, em especial na obra de Martha Nussbaum, Michael Sandel e Alasdair MacIntyre.

O que você deseja pesquisar no futuro? Algum tema em especial?

Queria me dedicar mais a traduções: ainda nos falta muita coisa em português. Estou trabalhando em uma tradução do De Libero Arbitrio de Agostinho, mas gostaria, no futuro, de me fazer outras traduções de textos filosóficos.

Existe algum lugar que marcou a sua relação com o mundo greco-romano/antigo? Qual?

Delfos, o centro do mundo para os gregos, onde, por uma feliz coincidência, passei meu aniversário de 30 anos.

Qual é o seu personagem (ficcional ou não) favorito do mundo clássico/antigo? Por que? 

Sem dúvida Sócrates, tal como retratado nos diálogos de Platão. Não apenas praticou, mas viveu a filosofia, e nos ensinou os fundamentos do caminho de nossa inteligência em direção à sabedoria: aprendermos a distinguir entre o que de fato sabemos e o que não sabemos.

E, para finalizar, qual grego ou romano você chamaria pra um café? Sobre o que conversariam? 

Plotino, que estudei em meu mestrado e meu doutorado, sobre quem ainda pretendo escrever um livro e que me ensinou a ver o mundo do avesso. Certamente teria muito a conversar com ele.